terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Cafezal


Um cheiro vivo cafeeiro pela estrada
Entrando sacro pelo vidro do meu carro
Entrando intruso, meio que tirando sarro
Trazendo à tona aromas doutra temporada

Fragrância alheia aos que habitam as cidades,
Porém perfume a quem do mato se enamora.
Canção da terra incensando a santa aurora,
Louvor-viola arando o peito de saudades...

Reduzo a marcha, estaciono um momento.
Até me vejo bem piá sobre um cavalo,
voando altivo pelo campo tal qual vento.

E ainda escuto a voz materna assim chamá-lo:
— Vorta depressa, pelo Santo Sacramento!
Bendito o cheiro da infância que eu inalo!

Um comentário:

Anônimo disse...

ótimo soneto.. realmente muito bom...
...
os termos e a descrição e a chave de ouro.

esse soneto tem a cor de seu blog.

eu queria lhe fazer uma pergunta, a respeito de meus textos aliás, se as rimas e o metro ou os temas, estão forçados ou não...
obrigado.